CHARCO
Brasil: a memória sequestrada
“Os militares podem nos salvar, já que estão imunes aos desvios éticos próprios do âmbito da política”. A simples sobrevivência desse pensamento, escondido na farda de algum armário mofado, já seria preocupante. Agora, que tal atrocidade se propague por bocas e cartazes, ruas e supermercados demanda repensar a forma como superamos o regime de exceção. Pelo que se vê, essa transição não foi satisfatória, e seus efeitos perversos brotam nos caminhos da impunidade que pretendemos revisitar. Porque, se a memória permanece sequestrada, lembrar é um ato de resistência.
argentina: 365 dias da memoria, pela verdade e a justiça
A vida depois da morte. Reconstruir um país e um continente virados em escombros, cinzas, pó e silêncio. Os governos militares impostos pela força, violentos e antidemocráticos, deixam feridas profundas no ser coletivo, e não é tarefa fácil recorrer os obscuros caminhos de uma história de horror, de dor. Mas nesses becos do passado, da lembrança borrada, na pequena história que forma parte de uma grande, aí é onde se encontra a própria cura da doença: a memória coletiva.